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09/07/2009

Duplicação da Antônio Carlos: Moradores do IAPI comemoram a duplicação da Avenida

Tombado pela Prefeitura de Belo Horizonte como um bem patrimonial do município, por sua importância histórica, social e arquitetônica, o conjunto habitacional IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários), no Bairro São Cristovão, localizado na Avenida Antonio Carlos, já sente os benefícios da duplicação da avenida.

Animados com a valorização do conjunto arquitetônico em função da duplicação da avenida e pelo fato da edificação estar inserida na Área de Diretrizes Especiais (ADE) da Lagoinha, os moradores já se mobilizam para garantir a pintura das fachadas, com o apoio do poder municipal. A obra está sendo realizada pelo Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte e envolve investimentos da ordem de R$ 250 milhões.

“Com a duplicação da avenida, a tendência é melhorar cada vez mais a região, uma vez que vai permitir a mudança de zoneamento da área e possibilitar a instalação de uma série de empreendimentos como vem ocorrendo com a Linha Verde. Conheci o projeto básico e percebi que a avenida vai ficar mais bonita, receber tratamento paisagístico e nova iluminação. Dessa forma, a região vai atrair interesse das pessoas em investir por aqui e melhorar a qualidade de vida. Por isso estamos batalhando para a revitalização de todo o conjunto de prédios do IAPI”, disse Flávia Maria Silveira, uma das síndicas do Conjunto. Ela esclarece que a pintura e as reformas necessárias são obras muito caras e que os moradores não têm como bancar sozinhos o custo do investimento.

A construção do IAPI foi uma iniciativa de Juscelino Kubitschek e surgiu como uma alternativa para o problema da moradia na cidade e como uma tentativa da Prefeitura de ordenar a região da Lagoinha. Ligando os edifícios de cinco, seis, sete, oito e nove pavimentos há passarelas para evitar uso de elevadores, o que torna a arquitetura marcante e diferenciada. Apesar da diferença de altura, o recurso de adotar passarelas levou em conta a topografia do terreno e permitiu o nivelamento e a interligação de todas as unidades pelo último andar, com acesso pelas ruas Araribá e José Bonifácio, e Avenida Antônio Carlos.

O Conjunto IAPI começou a ser construído em 1944, em um terreno cedido pela Prefeitura. Primeiro conjunto popular da capital, o Residencial São Cristóvão, nome adotado à época, foi inaugurado em 1948, com nove prédios, com 928 apartamentos onde moram atualmente cerca de cinco mil pessoas. População maior que 241 municípios mineiros, o que representa 28% dos 853 municípios de Minas.

O condomínio já abrigou pessoas ilustres, como Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, jogador do Cruzeiro e da Seleção Brasileira de  Futebol, campeã mundial em 1970.

Obras já valorizam os imóveis Um espaço de tranquilidade em meio a burburinho do caos urbano; uma pequena cidade onde famílias convivem em harmonia. É assim que muitos moradores, principalmente os mais antigos, definem o Conjunto IAPI.

A convivência com os moradores da favela Pedreira Prado Lopes, nos fundos do conjunto não incomoda e é pacífica.

"Violência, infelizmente, tem em todo o lugar. Os moradores da Pedreira nos respeitam", garante a moradora, a artista plástica Patrícia Alves de Morais de 46 anos, nascida e criada na comunidade. "Não troco o IAPI por nada” diz. A artista plástica agora cria seus filhos na mesma comunidade. Para ela, a duplicação da Antônio Carlos e a construção de novos acessos e travessias já valorizaram os apartamentos. “Há imóveis aqui que tiveram cem por cento de valorização, após o início da obra”, conclui.

A movimentação das crianças na praça central, nas quadras esportivas e nas áreas comuns remetem a um ambiente típico de cidade do interior. O bate papo entre os vizinhos acontece nos corredores e na praça central, com seus bancos e mesas que acolhem grupos formados em sua maioria por aposentados e com tempo para curtir o local. Próximo ao conjunto funciona o Abrigo Belo Horizonte, na Rua Araribá, que já representou um problema para os moradores, mas com a instalação das grades, câmeras e contratação de seguranças, foi solucionado, relata Patrícia Morais.

Publicado em 09/07/09

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