23/04/2008
Projeto paisagístico da Linha Verde integra progresso e meio ambiente
A MG-010 está ganhando um novo visual com as obras do projeto paisagístico da rodovia, trecho final da Linha Verde. Os trabalhos buscam integrar o trecho de 22 quilômetros da MG 010 – entre Belo Horizonte e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves – com o meio ambiente, ou seja, os aspectos ambientais da “paisagem” construída, com os aspectos paisagísticos do meio natural, no entorno da rodovia.
O projeto é o primeiro feito especialmente para uma rodovia mineira e está sendo realizado por meio de licitação feita pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER).
Orçado em cerca R$ 5 milhões, o paisagismo vai recuperar as áreas degradadas pela intervenção da rodovia refazendo a cobertura florestal com plantios de árvores, semeaduras, contenções de erosões, serviços de drenagem e outras técnicas de engenharia ambiental. As intervenções serão feitas também nos canteiros centrais, pontos de ônibus e áreas de domínio.
O projeto emprega o plantio de árvores e arbustos ao longo da rodovia para quebrar a monotonia do percurso, levando em conta a segurança, a visibilidade e o conforto. Ele vai ajudar também a reduzir os custos de manutenção da rodovia, combater a erosão e consolidar as áreas de entorno.
Segundo o diretor-geral do DER, José Élcio Monteze, o projeto paisagístico, além da recuperação das áreas degradadas vai contribuir para uma maior segurança da rodovia, uma vez que a vegetação ajudará a sinalizar curvas, cruzamentos e vai diminuir o ofuscamento provocado pelas luzes de faróis à noite.
Elaboração
A elaboração do projeto se deu a partir de visitas de arquitetos paisagistas e de engenheiros florestais e rodoviários à MG-010 para levantamento de material, com coleta de dados e informações.
Durante as visitas, os técnicos identificaram as áreas no entorno da rodovia que tiveram mais impactos visual e ambiental, para depois elaborar propostas visando à recuperação dessas áreas.
A vegetação
A recomposição florestal do entorno MG-010 já começou. Foram plantadas 500 árvores de espécies nativas da região.
O trecho da rodovia se situa numa área de transição entre a Mata Atlântica e o cerrado. De Belo Horizonte até o trevo de Lagoa Santa, predomina a vegetação típica próxima de cursos d’água. A partir do trevo e até o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, a predominância é de vegetação de cerrado. Entre as espécies de árvores identificadas nos trechos estão: aroeira, araticum, ipê-amarelo, embaúba, quaresmeira, peroba, jenipapo e outras.
Na área de influência direta da rodovia, predominam as pastagens e o capim braquiária é a forrageira mais plantada. Nas áreas em frente a restaurantes, postos de gasolina e outros empreendimentos comerciais foram plantadas espécies ornamentais (jardins).
Segundo a coordenadora do projeto paisagístico da obras, Andréa Greiner da Cunha Salles, o mesmo foi elaborado levando em consideração valorização dos trevos, recuperação das áreas degradadas. A escolha das espécies foi feita de acordo com facilidade de manutenção e as características da região.
Canteiro e iluminação
O projeto paisagístico vai tratar das áreas plantadas nos canteiros centrais, que estão sendo arborizados com conjuntos de ipês roxos e amarelos, de forma alternada, para que a paisagem não fique monótona. Serão plantados cerca de 40 ipês roxos e 150 ipês amarelos.
Nas passarelas, as árvores serão plantadas no lado oposto ao da grade metálica colocada para impedir a passagem de pedestres diretamente na rodovia. E na parte interna da grade, serão plantadas cercas-vivas para proteger do ofuscamento provocado pelas luzes de faróis à noite.
Trevos
O trevo de Lagoa Santa, com topografia pouco íngreme e uma área de 13,5 mil m², terá um tratamento especial e vai ganhar um estacionamento, um boulevard formado por um triângulo com pedra de minério, simbolizando Minas Gerais, onde serão plantadas árvores de médio porte e 28 palmeiras. Este trevo, por ter topografia mais suave, foi escolhido como o ideal para a colocação do marco da Linha Verde: uma escultura em aço ferrugem com cerca de 100 metros de comprimento, em forma triangular, cortado por uma lâmina verde de metal. A escultura poderá ser vista de vários ângulos e distâncias.
Nos trevos de Santa Luzia, Pedro Leopoldo e Vespasiano, serão plantadas árvores nativas, palmeiras e gramas de espécies diferentes (Esmeralda e Santo Agostinho).
Ao todo serão plantadas 740 árvores, sendo 150 de ipê amarelo, e 717 palmeiras, entre elas 269 jerivás. Serão 6.092 metros lineares de cerca-viva (esponjinha) e cerca de 140 mil metros quadrados de área gramada.